Zé qualquer tava sem samba, sem dinheiro
  Sem Maria sequer
  Sem qualquer paradeiro
  Quando encontrou um samba
  Inútil e derradeiro
  Numa inútil e derradeira
  Velha nota de um cruzeiro
  
  "Seu Marquês", "seu" Almirante
  Do semblante meio contrariado
  Que fazes parado
  No meio dessa nota de um cruzeiro rasgado
  "Seu Marquês", "seu" Almirante
  Sei que antigamente era bem diferente
  Desculpe a liberdade
  E o samba sem maldade
  Deste Zé qualquer
  Perdão Marquês de Tamandaré
  Perdão Marquês de Tamandaré
  
  Pois é, Tamandaré
  A maré não tá boa
  Vai virar a canoa
  E este mar não dá pé, Tamandaré
  Cadê as batalhas
  Cadê as medalhas
  Cadê a nobreza
  Cadê a marquesa, cadê.
  Não diga que o vento levou
  Teu amor até
  
  Pois é, Tamandaré
  A maré não tá boa
  Vai virar a canoa
  E este mar não dá pé, Tamandaré
  Meu marquês de papel
  Cadê teu troféu
  Cadê teu valor
  Meu caro almirante
  O tempo inconstante roubou
  
  Zé qualquer tornou-se amigo do marquês
  Solidário na dor
  Que eu contei a vocês
  Menos que queira ou mais que faça
  É o fim do samba, é o fim da raça
  Zé qualquer tá caducando
  Desvalorizando
  Como o tempo passa, passando
  Virando fumaça, virando
  Caindo em desgraça, caindo
  Sumindo, saindo da praça
  Passando, sumindo
  Saindo da praça
  
  
  
  1991 © - Marola Edições Musicais Ltda.