Na hora em que o céu se abre
  No mesmo instante um raio explode
  Concomitante um olho vê
  E a pedra do corisco pode
  Pode se tornar o que for
  E tudo o quanto é testemunha
  Pode até mesmo ser a dor
  Cravada carne pela unha
  Telefax mandei
  O mapa mundi do meu penar
  Ande, mande logo um telex
  Me confirmando quando será
  Que a necessidade de amor
  Lhe trará num raio
  A necessidade de amor
  Num dia de chuva
  E na tempestade você
  Fará com que eu saia
  No exato momento de ver
  O céu se abrir ao comando de Iansã
  
  
  Que seja o momento em que a luz
  Registre meu desejo de ver
  Você, meu amor, me traduz
  No raio de Iansã, seu poder
  Que seja pra mim, meu Xangô
  Poder correr correr meu risco
  Quiçá ver nascer uma flor
  Na lisa pedra do Corisco
  Telegrafite de Exú
  Leia no muro do seu quintal
  Pichada, fixada no azul
  A frase diz o essencial
  A necessidade de amor
  Gritando na rua
  A necessidade de amor
  Uivando pra Lua
  Um lobo faminto de amor
  A dor que acentua
  A necessidade de ver
  O céu se abrir ao comando de Iansã.
  
  
  
  © 1989 Luanda Edições Musicais Ltda.
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