Vamos passear depois do tiroteio
Vamos dançar num cemitério de automóveis
Colher as flores que nascerem no asfalto
Vamos todo mundo, tudo que se possa imaginar.
Vamos duvidar de tudo que é certo
Vamos namorar à luz do pólo petroquímico
Voltar pra casa num navio fantasma
Vamos todo mundo, ninguém pode faltar.
Se faltar calor a gente esquenta.
Se ficar pequeno a gente aumenta.
Se não for possível, a gente tenta.
Vamos ficar acima
Velejar num mar de lama
Se faltar o vento a gente inventa.
Vamos esquecer o dia da semana
Tem que ser agora,
Anos 90.
Vamos remar contra a corrente
Desafinar do coro dos contentes
Se for impossível, se não for importante
Mesmo assim a gente tenta.
Não é pose, não é positivismo
Quanto pior, pior
Não é pose, não passará
Não passaremos por isso.
Fora tudo o nosso baixo astral
Eu não vou perder meu tempo brincando de ser mau
Eu não vou viver pra sempre nem morrer a toda hora
Como rasgos pré-fabricados no novo velho jeans.
Morte anunciada, direitos autorais
Pela Tv a cabo uma baleia acaba de nascer
Nascer pode ser uma passagem violenta
O futuro se impõe
O passado não te aguenta.
Meninos do engenho santa ingenuidade
Santíssima Trindade: Sexo, drogas, Rock'n Roll
É pura pose, é qualquer coisa
E o pior não é isso
É pura pose, posteridade
E o pior não é isso.
Vamos passear depois do tiroteio
Vamos dançar num cemitério de automóveis
Vamos duvidar de tudo que é certo
Vamos namorar à luz do pólo petroquímico
La La La La...
Vamos remar contra a corrente
Desafinar do coro dos contentes
Vamos ficar a cima, velejar num mar de lama
Vamos esquecer o dia-a-dia.