Nas grandes cidades do pequeno dia-a-dia
  O medo nos leva a tudo, sobretudo a fantasia
  Então erguemos muros que nos dão a garantia
  De que morreremos cheios de uma vida tão vazia
  Então erguemos muros que nos dão a garantia
  De que morreremos cheios de uma vida tão vazia
  
  Nas grandes cidades de um país tão violento
  Os muros e as grades nos protegem de quase tudo
  Mas o quase tudo quase sempre é quase nada
  E nada nos protege de uma vida sem sentido
  O quase tudo quase sempre é quase nada...
  
  Um dia super
  Uma noite super
  Uma vida superficial
  Entre as sombras
  Entre as sobras
  Da nossa escassez
  
  Um dia super
  Uma noite super
  Uma vida superficial
  Entre cobras
  Entre escombros
  Da nossa solidez
  
  Nas grandes cidades de um país tão irreal
  Os muros e as grades
  Nos protegem de nosso próprio mal
  Levamos uma vida que não nos leva a nada
  Levamos muito tempo pra descobrir
  Que não é por aí...não é por nada não
  Não, não pode ser...é claro que não é
  Será?
  
  Meninos de rua, delírios de ruína
  Violência nua e crua, verdade clandestina
  Delírios de ruína, delitos e delícias
  A violência travestida faz seu trottoir
  Em armas de brinquedo, medo de brincar
  Em anúncios luminosos, lâminas de barbear!
  
  Um dia super
  Uma noite super
  Uma vida superficial
  Entre sombras
  Entre as sobras
  Da nossa escassez
  
  Um dia super
  Uma noite super
  Uma vida superficial
  Entre cobras
  Entre escombros
  Da nossa solidez
  
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