Faz-de-conta que eu não sei
Que o mundo está na (imunda) mão
Da quadrilha de gravata
Que me assalta um terço todo mês
Faz-de-conta que eu pensei
Que era fácil prosperar (crescer)
Sem vender a minha alma ao lobo
E ser cordeiro de uma vez
E onde foi que eu li
Que era cor-de-rosa
Que era só rezar
Pra “Êle” ouvir?
Mil promessas de eleição
A favela, então, cresceu, explodiu
A escola não ensinou, e faliu
E no hospital a humilhação
Que o povo acreditou
Na voz rouca do pastor (doutor)
e acredita em qualquer pai que venda
O seu baú da felicidade
E onde foi que eu li
e na America Latina ecoou um só pranto