Acorda, patativa! Vem cantar
  Relembra as madrugadas que lá vão
  E faz da sua janela o meu altar
  Escuta a minha eterna oração
  
  Eu vivo inutilmente a procurar
  Alguém que compreenda o meu amor
  E vejo que é destino o meu sofrer
  É padecer, não encontrar
  Quem compreenda o trovador
  
  Eu tenho n'alma um vendaval sem fim
  E uma esperança que é se ter por mim
  O mesmo afeto que juravas ter
  Para que acabe esse meu sofrer
  Eu sei que juras cruelmente em vão
  Eu sei que preso tens o coração
  Eu sei que vives tristemente a ocultar
  Que a outro amas, sem querer amar
  
  Mulher, o teu capricho vencerá
  E um dia sua loucura findará
  Adeus, a Deus minha alma entregarei
  E de outro por injúrio morrerei
  
  Amar, que sonho lindo, encantador
  Mais lindo porque minha alma tem amor
  E tu vens se expressando sem razão
  A minha história e busco em vão
  O teu ingrato coração