Ah! Deixa-me sofrer que eu mereço
  E por tudo que padeço, não pago nem um terço do que fiz
  É tão grande, tão horrível meu pecado
  Que sendo assim castigado
  É que me sinto feliz
  Deus concedeu-me o direito
  De eu mesmo ferir meu peito
  Não quis o meu crime julgar
  Bem feliz é todo aquele que erra
  E aqui mesmo na terra
  Pode seu crime pagar
  Joguei uma jovem ao rigor dos caminhos
  A trilhar por um monte de espinhos
  Vejam só a maldade que fiz
  E quando a encontrei assim atirada,
  doentia, tristonha e arruinada
  Pus-me a rir desta pobre infeliz
  E hoje o remorso que trago comigo
  Transformou-se em meu inimigo
  E procura vingar-se em meu ser
  Ando a vagar qual um louco morcego
  Que procura fugir do sossego
  Para nas trevas do mundo viver
  Deus concedeu-me o direito
  De eu mesmo ferir meu peito
  Não quis o meu crime julgar
  Bem feliz é todo aquele que erra
  E aqui mesmo na terra
  Pode seu crime pagar