Amores são águas doces
Paixões são águas salgadas
Queria que a vida fosse
Essas águas misturadas
Eu que já fui afluente
Das águas da fantasia
Hoje molho mansamente
As margens da poesia
Cachoeira da Vitória
Timbó das pedras de seixo
Vocês são minha memória
Correm em mim desde o começo
Quando o Subaé subia
Beijando o Sergimirim
Um amor de águas limpas
Nascia dentro de mim
E foi assim pela vida
Navegando em tantas águas
Que mesmo as minhas feridas
Viraram ondas ou vagas
Hoje eu lembro dos meus rios
Em mim mesma mergulhada
Águas que movem moinhos
Nunca são águas passadas
Eu sou memória das águas
Eu sou memória das águas