Não vou me embora nem que o
  Meu patrão me mande
  Só depois da hora
  Grande eu vou subir
  Dizia o moço vestido de branco
  Se dizendo pai de santo
  No terreiro do seu tiriri
  
  No terreiro do seu tiriri
  Se errar o coro come
  Tiriri levou homem lá
  Pro fundo do quintal
  Apanhou uma garrafa de marafo
  Misturou com azeite de dendê
  Um pedaço de fumo e pimenta
  Botou na panela pra ferver
  E mandou o crioulo ajoelhar
  E beber tudo aquilo de uma vez
  
  Disse: nêgo tu vai me pagar
  A vergonha que me fez
  Tiriri deu gargalhada
  Olhou pro clarão da lua e disse:
  Moleque tu vai aprender
  A respeitar povo de rua
  
  Quem quiser rabo de saia
  Vai buscar noutro lugar
  No terreiro da vovó
  Esse nêgo não vai se criar
  
  Quando uma moça balança
  O nêgo avança e vai segurar
  Mas se for perna de calça
  Ele nem sai do lugar
  
  Vovó só tá espiando
  Esse nêgo aproveitador
  Qualquer dia ele
  Toma um surreiro
  E sai do terreiro
  Naquela de horror
  
  Vovó veio do cativeiro
  Pra fazer caridade
  Mas não quer filho da terra
  Abusando da sua bondade
  Ela é de bahia, ela é feiticeira
  
  Ela vence a demanda
  Respeitada na mesa de umbanda
  E em todo lugar
  Vovó falou que vai dar
  Um coro nesse fim de feira
  
  Eu só que de qualquer maneira
  Esse nêgo vai ter que pagar
  Ele tem que pagar,
  Esse nêgo vai ter que pagar
  Ele tem que pagar,
  Esse nêgo vai ter que pagar