Filho
  Não pode o noivo mais ser feliz
  Não pode viver em paz com seu amor
  Não pode o justo sobreviver
  Se hoje esqueceu o que é bem-querer
  
  Rufai tambores saudando El Rey
  Nosso amo e senhor e dono da lei
  Soai Clarins
  Pois o dia do ódio e o dia do não
  Vêm com El Rey
  
  Pai
  Filho meu, ódio você tem
  Mas alguém quer provar o seu amor
  Sem Clarins e sem mais tambor
  Nenhum rei vai mudar a velha dor
  
  Filho
  Juntai as muitas mentiras
  Jogai soldados na rua
  Nada sabeis desta terra
  Hoje é o dia da lua
  
  Pai
  Filho meu, cadê teu amor?
  Nosso rei está sofrendo a tua dor
  
  Filho
  Leva daqui tuas armas
  Então cantar poderia?
  Mas em teus campos de guerra
  Ontem morreu a poesia
  
  El Rey virá calar
  
  Pai
  Meu filho
  Você tem razão
  Mas acho que não é em tudo
  Se a gente fosse o que pensa
  Estava em outro lugar
  Medo ninguém tinha agora
  E tudo podia mudar
  
  Filho
  Matai o amor
  Pouco importa
  
  Pois outro haverá de surgir
  O mundo é pra frente que anda
  Mas tudo está como está
  Hoje então e agora
  Pior não podia ficar
  
  Pai e Filho
  Largue seu dono
  Viaje noutra poesia
  Se hoje é triste e coragem pode matar
  Vem, amizade não pode ser com maldade
  Se hoje é triste a verdade
  Empurre a porta sombria
  Encontre nova alegria para amanhã