Miséria... de vez em quando
  Prestamistas recitando
  Minhas contas no portão
  E a criada, calmamente,
  Diz que eu estou ausente
  E não lhe deixei tostão...
  
  Mas alguém que está gozando
  Porque vive me manjando
  Percebeu que eu não saí...
  E aspiro no terreiro
  L'Origan de galinheiro
  Meu L'Origan de "galli"...¹
  
  E no meu ninho de penas
  Vejo aves tão serenas
  A quem dei milho na mão
  O vendeiro por afronta
  Suspendeu a minha conta
  E eu vou ficar sem feijão...
  
  Dono deste meu nariz,
  Não paguei porque não quis...
  Não sou de todo infeliz
  Por consolo vou gritando:
  Neste meu nariz eu mando...
  E... galinha não tem nariz!
  
  
  ¹ Jogo de palavras com certa colônia bem em voga à época: L'Origan de Coty
  
  [Paródia para Dona da Minha Vontade, de Francisco Alves e Orestes Barbosa]