Quero que o sol
  Não invada o meu caixão
  Para a minha pobre alma
  Não morrer de insolação
  
  Quando eu morrer,
  Não quero choro nem vela,
  Quero uma fita amarela
  Gravada com o nome dela.
  Se existe alma
  Se há outra encarnação
  Eu queria que a mulata
  Sapateasse no meu caixão
  Não quero flores
  Nem coroa com espinho
  Só quero choro de flauta
  Violão e cavaquinho
  Estou contente,
  Consolado por saber
  Que as morenas tão formosas
  A terra um dia vai comer.
  Não tenho herdeiros
  Não possuo um só vintém
  Eu vivi devendo a todos
  Mas não paguei a ninguém
  Meus inimigos
  Que hoje falam mal de mim,
  Vão dizer que nunca viram
  Uma pessoa tão boa assim.