Eu vi num armazém de Niterói
  Um velho que se julga herói
  E teme em ser conquistador
  Lá no Banco do Brasil
  Depositou mais de três mil
  Botando água no vinho do barril
  Seus lábios só se abriram para falar
  Das velhas contas a cobrar
  Dos que morreram sem pagar
  Eram dois lábios agressores
  Dois grandes cobradores
  Dos seus devedores
  Seu cabelo tinha cor de burro
  Quando foge do amansador
  Seus olhos eram circunflexos
  Perplexos e desconexos
  Mãos de usuários, braços de cigalho
  Corpo de macaco chipanzé maduro
  Enfim, eu vi neste velhote
  Um imortal pão duro
  ...
  Seu cabelo tinha cor de burro
  Quando foge do amansador
  Seus olhos eram circunflexos
  Perplexos e desconexos
  Um bigodão na cara indiscreta
  Feito bicicleta com guidão de fora
  Enfim, o velho nunca mais
  Se casa com a senhora