Raspa a mão na rua
E sente a dor da morte antiga
Raspa a sola suja do sapato
É o fim do dia
Raspa a mão na moça
E sente a coxa toda nua
Nunca sua
Raspa o coco da cabeça
E até que sua mente cresça
Vá pra casa festejar
Raspa o pó de arroz
Da sua amante preferida
Raspa cuidadoso o bafo
Podre da bebida
Raspa a barba e pensa
Que o patrão vai dar aumento
Pelo bom atendimento
Pela sua garantia
Pelo pouco pensamento
E mais um dia
Raspa o que lhe assusta
Em minha boca e lhe agride
Raspa essa poeira do meu braço
E vê se enxerga
A força que explode
No meu sangue me alucina
Me enraivece
E antes que o amor termine
Raspa a lama do meu rosto sujo
Pra olhar de perto
A minha cara feia