Como nasce do lodo do fundo dos mares
  O velho vestígio da embarcação
  Há de vir das ruínas dos nossos pesares
  A primeira luz do nosso coração
  Como nasce do fundo do poço escuro
  A água cristalina para matar nossa sede
  Há de vir do oceano ou de um fundo de um rio
  A nossa esperança envolvida na rede
  Como nasce o jasmim do que sujou a terra
  E a primeira estrela da ausência do sol
  Hei de ver o verão germinar primavera
  E a semente da terra no nosso lençol
  Como a fúria da chuva lavou o telhado
  E o cansaço nos fez a vigília enfrentar
  As ruínas são restos, mas não do que acaba
  E sim do que morre pra recomeçar