Esconde os dentes, segura a pancada
Abaixa o queixo prá salvar o nariz
Atropelado, atabalhoado
Bateu de frente com o trem social
Seguiu adiante, deixando os pedaços
Como a poesia de Wally Salomão
Cuida dos filhos, da filha-miséria
Com que carinho, com que dedicação
Pensa na fome, eu penso na língua
Em libertar meu pensamento burguês
É magricelo, um homem-martelo
Contra o mosaico do nada-que-se-fez
E o tom é de desilusão
E eu vou rastejar no chão
Eu tenho cagaço
De descer ladeira abaixo
Tenho cagaço
De pensar demais