Chove à noite, chove
  Os dois pés no chão
  Só me faltam nove
  Só me resta a visão
  Ordem, quem quiser se vire, ordem
  Eu vou atrás de mim
  Vale tudo, vale livre, pasmem!
  A voz me disse sim
  Dorme à noite, dorme
  Só eu é que não
  Quadro que comove
  Olhos, pés e mão
  Ainda ontem, ainda há uma chance
  A vida vive em mim
  Bem maior tão desigual, bastante
  E torna a dizer sim
  Eu disse eu te amo
  Me sentei no chão
  São os trinta anos
  E este colchão
  E uma onda que não muda nunca
  A dor que vai e vem
  São remotas sensações longínquas
  Agora eu lembro bem