Escutei alguém abrir os portões
  Encontrei no coração multidões
  Meu desejo e meu destino brigaram como irmãos
  E a manhã semeará outros grãos
  
  Você estava longe, então
  Por que voltou
  Com olhos de verão
  Que não vão entender?
  
  E quanto a mim, te quero, sim
  Vem dizer que você não sabe
  E quanto a mim, não é o fim
  Nem há razão pra que um dia acabe
  
  Cada um terá razões ou arpões
  Dediquei-me às suas contradições, fissões, confusões
  Meu desejo, seu bom senso, raivosos feito cães
  E a manhã nos proverá outros pães
  
  Os deuses vendem quando dão
  Melhor saber
  Seus olhos de verão
  Que não vão nem lembrar
  
  E quanto a mim, te quero, sim
  Vem dizer que você não sabe
  E quanto a mim, não é o fim
  Nem há razão pra que um dia acabe
  
  Somos dois contra a parede e tudo tem três lados
  E a noite arremessará outros dados
  Os deuses vendem quando dão
  Melhor saber
  Seus olhos de verão
  Que não vão nem lembrar
  
  E quanto a mim, te quero, sim
  Vem dizer que você não sabe
  E quanto a mim, não é o fim
  Nem há razão pra que um dia acabe