Eta, alma, buraco sem fundo
Que se vive tentando preencher
Com deuses, com terapia
Cartão de crédito, academia
Um trago, carros velozes
Carinhos fugazes, manhãs atrozes
Em incríveis e intermináveis noites
Da mais besta e vã alegria
E é sempre essa boca aberta
Tragando tudo pelo caminho
De tudo o que se aproveita
De tudo, só quero o agora
Amanhã acordo e resmungo:
Eu quero minha vida de volta
Eta, alma, buraco sem fundo
Que se vive tentando preencher
Com corpos, com copos, com credos
Amigos ternos, amores cegos
Com beleza ou poesia
Aquela penumbra que anuncia o dia
E faz o ontem deixar de ser
E é sempre essa boca aberta
Tragando tudo pelo caminho
De tudo o que se aproveita
De tudo, só quero o agora
Amanhã acordo e resmungo:
Eu quero minha vida de volta