Não é veneno
  A tua boca
  Quando chama a luz do dia
  Quando diz que a chama é pouca
  Quando ama tão vadia
  Se reclama ser tão pouca
  A outra boca que esvazia
  Quando beija ou abandona
  Quando clama entre as chamas Quando chia
  Quando pia entre as ramas
  Quando adoça é como ardia
  Não é veneno quando mata
  Quando salva e quando adia
  Quando louca
  Não é veneno a tua boca
  Quando é coisa de magia
  
  Quando cobra que se enrosca
  Quando água que se afoga
  Quando forca que alivia.