À Brasileira
                          
                               Eu adoro uma morena sacudida
  De olhos negros e faces cor de jambo
  Lábios rubros, cabelos de azeviche
  Que me mata, me enfeitiça
  Põe-me bambo
  A cintura, meu Deus, é delicada
  O seu porte é faceiro e bem decente
  As mãozinhas são enfeites, são berloques
  Que fazem enlouquecer a toda a gente
  A morena a quem amo, a quem adoro
  Não me sai um só momento da idéia
  É faceira, dengosa e muito chique
  Tem um pé, que beleza, que tetéia
  Há segredos que me diz naquele corpo
  Tremeliques, desmaios, sensações
  Que nos põe a cabeça andar a roda
  Sonhando com delícias, com paixões
  Seus dentes são marfim de alto preço
  Sua boca, um cofre perfumado
  O resto do corpinho uma delícia
  O melhor é não dizer, ficar calado