Recusa
Você me procura na hora do almoço
Me agarra, me cheira, me deixa à vontade
Me traga, me afaga, me aperta o pescoço
Depois me abandona na dona saudade
Me irrita, me agita, me diz pra esperar
Que a hora do lanche não tarda a chegar
Eu me desespero por esta recusa
Me sinto uma intrusa, mas fico a esperar
Quando o telefone me chama, eu atendo
É você dizendo que não vem lanchar
Que tem compromisso com isso e aquilo
Me pede tranqüilo pra eu me
guardar pro jantar
Aí, é hora de sofrer
Lutar pra não morrer
De morte tão vulgar
Amor, cuidado com o desdém
Pois quem tem um não tem
Nenhum pra consolar
Na hora da janta
você vem calado
me dá o desprezo
Diz que esta cansado
Se farta na mesa
Depois vai deitar
nem vê a tristeza que escondo no olhar
Se vira pro lado e começa a roncar
lá vou eu de novo no pranto afogar
e ai e hora de sofrer
Cuidar pra não morrer de morte tão vulgar
Amor cuidadocom o desdem
Pois quem tem um não tem
nenhum pra consolar