Deusa da Minha Rua (valsa)
                          
                               A deusa da minha rua
  Tem os olhos onde a lua
  Costuma se embriagar
  Nos seus olhos eu suponho
  Que o sol, num dourado sonho
  Vai claridade buscar
  
  Minha rua é sem graça
  Mas quando por ela passa
  Seu vulto que me seduz
  A ruazinha modesta
  É uma paisagem de festa
  É uma cascata de luz
  
  Na rua uma poça d’água
  Espelho da minha mágoa
  Transporta o céu
  Para o chão
  Tal qual o chão de minha vida
  Minh’alma comovida
  O meu pobre coração
  
  Infeliz da minha mágoa
  Meus olhos
  São poças d’água
  Sonhando com seu olhar
  Ela é tão rica e eu tão pobre
  Eu sou plebeu
  E ela é nobre
  Não vale a pena sonhar . . . .