Camarim
                          
                               No camarim as rosas vão murchando
  E o contra-regra dá o último sinal
  As luzes da platéia vão se amortecendo
  E a orquestra ataca o acorde inicial
  No camarim nem sempre há euforia
  Artista de mim mesmo nem posso fracassar
  Releio os bilhetes pregados no espelho
  Me pedem que jamais eu deixe de cantar../..
  
  Caminho lentamente e entro em contra-luz
  E a garganta acende um verso sedutor
  O corpo se agita e chove pelos olhos
  E um aplauso escorre em cada refletor
  Pisando esta ribalta, cantando pra vocês
  De nada sinto falta, sou eu mais uma vez
  As rosas vão murchar, mas outras nascerão
  Cigarras sempre cantam, seja ou não verão