Canção Descalca
                          
                               Sabiá na varanda
  Janelas se abrindo pro sertão
  Coração descalço
  Ribeirão no pasto
  Sol batendo no portão
  
  Coisas simples da vida
  Que o tempo veloz roubou de nós
  Porteiras, de novo, abertas no peito
  Chuva criadeira
  Alimenta a cachoeira
  E faz brotar um pé de flor
  Lembrança do meu amor
  
  Trem de ferro parte
  Na curva da tarde
  E leva embora toda a dor
  
  Riacho a murmurar
  Descendo a serra a escorregar
  Afina o meu cantar
  E faz meu verso feliz
  
  E a maior eternidade
  É a simplicidade
  O coração me diz