De Esquina
                          
                               Esquina, paranóia delirante
  Atrás de uma farinha loucura, na pane... seqüencia dum papel
  Não curto isso aí, mas tô ligado na parada que domina por aqui
  Fumando um baseado, curtindo de leve
  No pagode lá da área, eu tô esperto
  No movimento que se segue, segue e vai
  Eu vou levando, eu vou curtindo, até não dar mais
  Tudo prossegue normal, até onde eu sei
  Enquanto isso é a melhor cerveja que vem
  Leva essa, traz mais uma e põe na conta
  Tô sem dinheiro, tá valendo, eu tô a pampa
  São várias delas passeando por aí... mas e aí
  No balançar, no psiu, dentinho vem a mim
  Meu 71, sei que é bom, dá pra convencer
  E essa noite, ai, meu Deus, eu vou comer
  A fuleragem predomina, e rola solta
  Um tititi, um auê, e aí... mas e aí
  No goró eu viajei, já tomei demais
  Paranóia delirante eu tô na paz
  Esquina, Paranóia delirante
  Atrás de uma farinha loucura na pane
  A esquina é perigosa, é atraente
  Nossa, quanta gente, que movimento interessante
  Um carro desce, o outro sobe
  "Pro boite do Natal", pra onze esquinas da cohab 2
  Todo mundo à vontade, cuidado
  Mano que é mano tá ligado
  Chega como eu cheguei
  Fica como eu fiquei (pisa como eu pisei)
  Faz como eu fiz, eu sou o Xis
  Então me diz, Cássia Eller, diz pra mim
  Me cita qual que é dessas esquinas que existem por aí
  São todas nóias delirantes
  Ou estão naquela nossa paz? Devagar e sempre
  Em toda área tem um otário que quer mais
  "botar pra frente"
  Resolver a diferença, acabar com aquela treta
  Eu vou pedir mais uma "breja"
  Eu tô na paz, vou colar naquela preta
  Chega de morte, de tiro
  Tô fora dessa "puli"
  Já tô fodido, estado crítico
  E aí randal tudo igual deixa comigo
  Puxa uma cadeira, traz seu corpo e senta aí... eu tô aí
  Pega o dominó e faz um dez que eu vou ali... eu tô aqui
  Encara aquele apê de logo mais com aquela mina... certo
  O meu esquema preferido da esquina
  Esquina, paranóia delirante, eu tô na paz
  Atrás de uma farinha loucura, na pane
  Esquinas com os mano sempre em frente
  Sexta sempre em frente
  Sábado, domingo, como sempre
  O que vou fazer? e aí fazer o quê?
  Segunda, terça, quarta, quinta, não é diferente
  Dentinho, preto original
  Eu sou mais um mano de idéia
  Só mexo com a pá e pum
  Virei terror, a rima é minha bomba
  Meu território é o lado leste
  E a gente se encontra... eu tô aí
  Pode chegar, a esquina é o meu lugar
  Rei, eu quero é mais
  Sou uma aliado do meu povo
  Periferia em paz
  Eu tô na paz