A Seresta
As serenatas que passam
Todas sorrindo ao luar
São os queixumes dos tristes
Que cantam para não chorar!

As estrelas são espigas
Que rolam pelos espaços
Quando a Lua as vai ceifar
Entre beijos e abraços!

Anda a Lua pelos céus
Num encanto que seduz
Com a sua foice a cortar
Lindas searas de luz!

Geme o fado nas guitarras
E, nessa louca folia
Passa a boemia a sorrir
A chorar numa agonia!

Serenatas de Coimbra!
Tão lindas, tão delicadas
São o chorar das estrelas
O riso das alvoradas!

Já se apagam as estrelas
Já vai tão alto o luar
Só tu dormindo em teu leito
Não me vens ouvir cantar