O Cidadao
                          
                               Cidadão (Moraes Moreira)
  
  Na mão do poeta
  o sol se levanta e a lua se deita
  na côncava praça
  aponta o poente, o apronte, o levante
  crescente da massa
  aos pés do poeta a raça descansa
  de olho na festa
  e o Céu abençoa essa fé tão profana
  ó minha gente baiana
  goza mesmo que doa
  Abolição
  no coração do poeta
  cabe
  a multidão
  quem sabe essa praça repleta
  navio negreiro já era
  agora quem manda é a galera
  nessa cidade nação
  cidadão
  navio negreiro já era
  agora quem manda é a galera
  nessa cidade nação