La Bohême
                          
                               O que vou recordar é do tempo que os jovens de hoje desconhecem
  Montmartre de outrora, das salinhas de frente, era bem diferente
  Invadiam janelas, as flores singelas dos ramos da rua
  E pra mim que pintava, quando eu te pedia tu posavas nua
  
  La Bohême, La bohême
  Tempo a passar, tempo a correr
  La Bohême, La bohême
  Vida feliz, feliz viver
  
  Sem dinheiro, sem nada, sonhávamos ambos com dias de glória
  Recordo o teu corpo que me fez um pintor, ciumento de amor
  E é como se vejo nós dois a trocar pelo pão numa tela
  No inverno sombrio, quê importava o frio se a vida era bela?
  
  La Bohême, La bohême
  É ramos loucos, jovens demais
  La Bohême, La bohême
  Tudo é saudade, nada mais
  
  Se o acaso me leva de volta a rever meu antigo endereço
  As paredes e ruas da minha mocidade, eu não mais reconheço
  Hoje nada mais resta: nem flores nem festa da nossa alegria
  E Montmartre parece, quando a noite desce, tão triste e vazia
  
  La Bohême, La bohême
  Pintando a vida, o amor chegou
  La Bohême, La bohême
  Vida boêmia que acabou