A Favela Vai Abaixo
                          
                               Minha cabocla a favela vai abaixo
  Quanta saudade tu terás deste torrão
  Da casinha pequenina de madeira
  Que nos enche de carinho o coração
  
  Que saudade ao nos lembrarmos das promessas
  Que fizemos constantemente na capela
  Pra que deus nunca deixe de olhar
  Por nós da malandragem e pelo morro da favela
  
  Vê agora a ingratidão da humanidade
  O poder da flor sumítica, amarela
  Que sem brilho vive pela cidade
  Impondo o desabrigo ao nosso povo da favela
  
  Minha cabocla a favela vai abaixo
  Ajunta os troços vamo embora pro bangu
  Buraco quente, adeus pra sempre meu buraco
  Eu só te esqueço no buraco do cajú
  
  Isso deve ser despeito dessa gente
  Por que o samba não se passa para ela
  Porque lá o luar é diferente
  Não é como o luar que se vê desta favela
  
  No estácio, querosene ou no salgueiro
  Meu mulato não te espero na janela
  Vou morar na cidade nova
  Pra voltar meu coração para o morro da favela