Canção do Jornaleiro
                          
                               Olha a noite,
  Olha a noite,
  Eu sou um pobre jornaleiro,
  Que não tenho paradeiro,
  Ai, ninguém tem vida assim,
  Digo adeus a toda gente,
  As vezes fico contente,
  Ninguém tem pena de mim.
  
  Eu vivo sempre a sofrer,
  Óh, que destino é o meu,
  Eu que fui sempre jogado,
  Vou vivendo amargurado,
  Óh que sorte Deus me deu.
  
  Olha a noite,
  Olha a noite.
  Eu vivo sempre a sofrer,
  Óh, que destino é o meu,
  Eu, que fui sempre enxotado,
  Vou vivendo amargurado,
  Óh, que sorte Deus me deu.
  
  Olha a noite,
  Olha a noite.
  Quando o sol vai se escondendo,
  Eu vou me entristecendo,
  Porque tenho coração,
  Vivo sempre amargurado,
  Como as folhas a meu lado,
  Cumpri com a minha missão.
  
  Eu vivo sempre a sofrer,
  Óh, que destino é o meu,
  Eu, que fui tão maltratado,
  Vou vivendo amargurado,
  Óh, que sorte Deus me deu.
  
  Olha a noite,
  Olha a noite,
  Olha a noite,
  Olha a noite.