Anel de Ouro
                          
                               Desde menino sempre sonhei
  Com a ciranda em que o amor nos faz rodar:
  Fragilidade de porcelana...
  Testemunhei o anel de vidro se quebrar.
  A duração de um verso,
  Doce murmúrio
  E depois dizer pra sempre adeus.
  Quando eu te conheci acalentei
  Sonhos tão loucos que pudessem nos salvar
  Do fim e foi assim
  Que em tal paixão só sosseguei
  Com o anel de ouro que eu te dei.
  
  Vivi feliz sem suspeitar
  Que a ciranda em que o amor nos faz rodar
  Guarda o martírio das coisas lindas,
  Faz até mesmo um diamante se quebrar.
  Uma palavra amarga,
  Um desencanto
  E depois dizer pra sempre adeus.
  Quando eu te vi partir acalentei
  Triste delírio em que o amor fosse evitar
  O fim, mas, ai de mim,
  Dessa paixão só resgatei
  No prego o anel de ouro que eu te dei.