Malandrando
                          
                               Dum couro de gato nascia um surdo repicado
  a repicar no ouvido do mundo
  Sou brasileiro bem mulato, bamba e valentão
  Sou o cupido do amor de minha raça
  Cantando um samba nas cordas de um violão, um violão
  
  Sabidão, jogo de esperteza
  Aprendi a ser coringa com firmeza
  Jogo de pernas, capoeira é ginga pra pular, é popular
  Se há verdade, que bacana!
  
  Tem muitas falas, pouco engana
  A minha não tem não, é só o fio da navalha
  E trago o filme na mão eu sou malandro e ele otário
  O tempo dirá quem tem razão
  
  Sou filho de mãe preta Anastácia ou tia Ciata
  Nasci de uma lua nova prata
  Para cegar de vez a escravidão, com a escravidão
  
  A minha sorte é o baralho porque sou o destino
  Sou a liberdade legítimo de uma nação
  Sou brasileiro bem mulato e trago a cabrocha no coração