Trinta Dinheiros
Tem nada não
Tem nada não, companheiro
Você não foi o primeiro
A trocar um amigo por 30 dinheiros

No tempo da maré mansa
Numa boa comigo você navegava
Um era a corda e o outro, caçamba
O que eu escrevia você assinava
Mas quando a maré ficou brava
Com a gente penando
Que nem bode embarcado
Você se passou pro navio
Me deixando sozinho num barco furado

Tem nada não
Tem nada não, companheiro
Você não foi o primeiro
A trocar um amigo por 30 dinheiros

A coisa mais certa no mundo
É dois dias seguidos e a noite no meio
Eu durmo e meu sono é profundo
Porque eu vivo sem nenhum receio
Enquanto sei que o fariseu
Até o maior onde, a marcar bobeira
E morre sem beijo no rosto
Na beira da vida em qualquer figueira

Tem nada não
Tem nada não, companheiro
Você não foi o primeiro
A trocar um amigo por 30 dinheiros