Sombras de Veludo
                          
                               Vanusa:
  
  Na cidade grande
  Um prédio cresce em cada esquina,
  Feito de concreto, ele alucina,
  Esconde o céu e o sol,
  Esconde até o coração,
  Escuro e frio, ele invade o chão!
  Estes edifícios na cidade
  São os homens,
  Todos coloridos e poetas,
  E eu calado e tonto
  Sou apenas um qualquer:
  
  //Sombras de veludo
  Vão dizendo tudo,
  Que eu não sei dizer!// (4 x)
  
  Na cidade grande
  Existe sempre uma vitrine,
  Onde se despejam as vaidades
  E o sonho a qualquer preço,
  A todo preço, uma ilusão,
  Na rua a vida é uma liquidação!
  Todas as vitrines
  Da cidade me comovem,
  Todas as pessoas nas vitrines
  São felizes,
  E eu calado e tonto,
  Sou apenas um qualquer:
  
  //Sombras de veludo
  Vão dizendo tudo,
  Que eu não sei dizer!// (8 x)