Cem Anos de Liberdade/ Os Cinco Bailes da História do Rio
Será que já raiou a liberdade?
Ou se foi tudo ilusão?

Será que a lei áurea tão sonhada
Há tanto tempo assinada
Não foi o fim da escravidão?
Hoje dentro da realidade
Onde está a liberdade
Onde está que ninguém viu, moço
Não se esqueça que o negro também construiu
As riquezas do nosso brasil

Pergunte ao criador
Quem pintou esta aquarela
Livre do açoite da senzala
Preso na miséria da favela

Sonhei que zumbi dos palmares voltou
A tristeza do negro acabou
Foi uma nova redenção

Senhor eis a luta do bem contra o mal... contra o mal
Que tanto sangue derramou
Contra o preconceito racial

O negro samba, o negro joga a capoeira
Ele é o rei na verde-rosa da mangueira

Lalaraiá

Carnaval
Doce ilusão
Dê-me um pouco de magia
De perfume e fantasia
E também de sedução
Quero sentir nas asas do infinito
Minha imaginação
Eu e meu amigo Orfeu
Sedentos de orgia e desvario
Cantaremos em sonhos
Cinco bailes na história do rio
Quando a cidade completava vinte anos de existência
Nosso povo dançou
Em seguida era promovida a capital
A corte festejou
Iluminado estava o salão
Na noite da coroação
Ali, No esplendor da alegria
A burguesia
Fez sua aclamação
Vibrando de emoção
Que luxo, a riqueza
Imperou com imponência
A beleza fez presença
Condecorando a independência
Ao erguer a minha taça
Com euforia
Brindei aquela linda valsa
Já no amanhecer do dia
A suntuosidade me acenava
E alegremente sorria
Algo acontecia
Era o fim da monarquia