Antidotos
Venenos
São mais ou menos
O que os meus beijos deixam no teu corpo
Malícia, delícia
E os acenos que há no porto

A dose pinga nos lábios
Cura teus males, mas também te mata
E escreve, de leve
Em sangue o veio de um lembrete
No seio o último bilhete
Sinete de amor

Ah, não existe uma paixão
Sem raiva criminosa
Onde o dente da serpente
Fere e flora em rosa

Venenos são o remédio
Pra esse assédio em que nos condenamos
Malditos, bonitos
Antídotos que inoculamos:
Teus olhos, meus olhos