Um Fado
                          
                               Nenhuma esperança à vista
  Nada virá do horizonte
  Não haverá mais conquistas
  E nem quem as conte
  Mulheres gastaram as contas
  Do terço em Salve-Rainhas
  Contando nos dedos os filhos
  Que faltam nas vinhas
  
  Prá enxugar tantos olhos
  Fizeram muitos moinhos
  Mas o vento foi pouco
  E os olhos do povo
  Mancharam as vestes de vinhos
  
  Nenhuma esperança à vista
  Não haverá mais conquistas
  Não, navegar não é preciso
  Viver é preciso