Rasguei o Teu Retrato
                          
                               Tu disseste em juramento
  Entre o véu do esquecimento
  Que o meu nome é uma visão
  Tu tiveste a impiedade
  De sorrir desta saudade
  Que me mata o coração
  Se um retrato tu me deste
  Foi zombando, tu disseste
  
  Do amor que te ofertei
  E eu em lágrimas desfeito
  Quantas vezes junto ao peito
  O teu retrato conservei
  
  Eu sei também, ser ingrato
  Meu coração, bem vê, já não te quer
  Eu ontem rasguei o teu retrato
  Ajoelhado aos pés de outra mulher
  
  Eu que tanto te queria
  Eu que tive a covardia
  De chorar, esse amargor
  Trago aqui despedaçado
  
  O teu retrato, pois vingado
  Hoje está, o meu amor
  As sentenças são extremas
  Faça o mesmo aos meus poemas
  
  Rasga os versos que te fiz
  Não te comova, o meu pranto
  Pois quem te amou tanto, tanto
  Foi um doido, um infeliz