Galos Noites e Quintais
                          
                               Quando eu não tinha o olhar lacrimoso
  Que hoje eu trago e tenho
  Quando adoçava o meu pranto e o meu sono
  No bagaço de cana de engenho
  Quando eu ganhava esse mundo de meu Deus
  Fazendo eu mesmo o meu caminho
  
  Por entre as fileiras do milho verde que ondeiam
  
  Com saudades do verde marinho
  
  Eu era alegre como um rio
  
  Um bicho, um bando de pardais
  
  Como um galo, quando havia
  Quando havia galos, noites e quintais
  Mas veio o tempo negro e a força fez
  Comigo o mal que a força sempre faz
  Não sou feliz, mas não sou mudo
  Hoje eu canto muito mais