Feijoada do Pais
                          
                               Misturem as cores da nossa bandeira
  Símbolo augusto dessa paz
  A burocracia é um montão de siglas
  Com a eleição que jamais se faz
  A dívida externa com a dor dos índios
  O cinza do céu de Cubatão
  Alguma família de baleias tristes
  Com a orfandade do sertão... Não!!!
  Vamos degustar tanta ironia
  Com um feriado todo dia
  O brilho mortal do Césio
  O dólar que sobe mais
  E a inflação subindo atrás
  A sede do poder
  A vontade de comer
  Colarinhos brancos, reais
  Violências urbanas e rurais
  No caldo poluído desse panelão
  Quem ferve é o amor sofrido do povão
  O feijão é branco e o arroz é preto
  Nessa feijoada de país
  A pimenta é doce e o doce arde
  Será que a nossa indigestão vai ser feliz?
  O desemprego é mais um imposto
  Matas carecas e o Pantanal
  Vamos torcer pra não virar desgosto
  O nosso otimismo tropical
  Respeitem as cores da nossa bandeira