Gigante Gentil
                          
                               Dizem por aí que eu tenho cara de bandido
  E que mastigo abelha só pra degustar o mel
  Que eu faço tipo cafajeste, de um gigante bruto
  Que eu sou o espinho do caroço que sobrou do fruto
  
  Só que eu não posso com a peneira o sol tapar
  E pelas curvas da ironia derrapar
  Oferecer a outra face, nem pensar
  Já que um leão por dia eu tenho que matar
  
  Mesmo hostil qualquer gigante pode ser
  Gentil
  
  Mas quando dizem que o gigante é um morto-vivo
  Perdido como um bicho sem carona no dilúvio
  Me assusto com o olho podre que vê ele assim
  Detonam o gigante e o estilhaço pega em mim
  
  Só que eu não posso com a peneira o sol tapar
  E pelas curvas da ironia derrapar
  Oferecer a outra face, nem pensar
  Já que um leão por dia eu tenho que matar
  
  Mesmo hostil qualquer gigante pode ser
  Gentil
  
  Gentil
  Gentil
  Gentil