Fumo
                          
                               Longe de ti são ermos os caminhos
  Longe de ti não há luar nem rosas
  Longe de ti há noites silenciosas
  Há dias sem calor, beirais sem ninhos
  
  Meus olhos são dois velhos pobrezinhos
  Perdidos pelas noites invernosas
  Abertos sonham mãos cariciosas
  Tuas mãos doces, plenas de carinhos
  
  Os dias são outonos, choram, choram
  Há crisântemos roxos que descoram
  Há murmúrios dolentes de segredos
  
  Invoco o nosso sonho, estendo os braços
  E é ele, ó meu amor, pelos espaços
  Fumo leve que foge entre meus dedos
  
  E é ele, ó meu amor, pelos espaços
  Fumo leve que foge entre meus dedos