Roda de Baiana
                          
                               Não adianta meu bem,
  Com esse jeito de quem,
  Comeu e não gostou,
  Você teve tanto trabalho,
  Pulou pra chegar lá no bairro,
  Mas alí, se machucou,
  E agora vem com essa prosa,
  Cuidado que eu sou verde-rosa,
  Por favor, chega prá lá,
  Tira o cavalo da chuva,
  Esquece esse cacho de uva,
  Porque não vai dar,
  Pra você ir pegar.
  
  Tira o cavalo da chuva,
  Esquece esse cacho de uva,
  Porque não vai dar,
  Pra você ir pegar.
  
  Eu sou da mata,
  Menina da pela mulata,
  Das minas de ouro e de prata,
  Contida no solo e no ar,
  Sou do calango, do bumba-meu-boi, do fandango,
  Se falam do samba eu me zango,
  Começo a sapatear,
  I, você não me engana,
  Senão rodo minha bahiana,
  Não pra você nunca me segurar.
  
  I, você não me engana,
  Senão rodo minha bahiana,
  Não pra você nunca me segurar....