A Rosinha dos Limoes
                          
                               Quando ela passa, franzina e cheia de graça,
  Há sempre um ar de chalaça, no seu olhar feiticeiro.
  Lá vai catita, cada dia mais bonita,
  E o seu vestido, de chita, tem sempre um ar
  domingueiro.
  
  Passa ligeira, alegre e namoradeira,
  E a sorrir, p'rá rua inteira, vai semeando ilusões.
  Quando ela passa, vai vender limões à praça,
  E até lhe chamam, por graça, a Rosinha dos limões.
  
  Quando ela passa, junto da minha janela,
  Meus olhos vão atrás dela até ver, da rua, o fim.
  Com ar gaiato, ela caminha apressada,
  Rindo por tudo e por nada, e às vezes sorri p'ra
  mim...
  
  Quando ela passa, apregoando os limões,
  A sós, com os meus botões, no vão da minha janela
  Fico pensando, que qualquer dia, por graça,
  Vou comprar limões à praça e depois, caso com ela!