A Serra do Rola Moca
                          
                               A Serra do Rola-Moça
  
  A Serra do Rola-Moça
  Não tinha esse nome não...
  
  Eles eram do outro lado,
  Vieram na vila casar.
  E atravessaram a serra,
  O noivo com a noiva dele
  Cada qual no seu cavalo.
  
  Antes que chegasse a noite
  Se lembraram de voltar.
  Disseram adeus pra todos
  E se puserem de novo
  Pelos atalhos da serra
  Cada qual no seu cavalo.
  
  Os dois estavam felizes,
  Na altura tudo era paz.
  Pelos caminhos estreitos
  Ele na frente, ela atrás.
  E riam. Como eles riam!
  Riam até sem razão.
  
  A Serra do Rola-Moça
  Não tinha esse nome não.
  
  As tribos rubras da tarde
  Rapidamente fugiam
  E apressadas se escondiam
  Lá embaixo nos socavões,
  Temendo a noite que vinha.
  
  Porém os dois continuavam
  Cada qual no seu cavalo,
  E riam. Como eles riam!
  E os risos também casavam
  Com as risadas dos cascalhos,
  Que pulando levianinhos
  Da vereda se soltavam,
  Buscando o despenhadeiro.
  
  Ali, Fortuna inviolável!
  O casco pisara em falso.
  Dão noiva e cavalo um salto
  Precipitados no abismo.
  Nem o baque se escutou.
  Faz um silêncio de morte,
  Na altura tudo era paz ...
  Chicoteado o seu cavalo,
  No vão do despenhadeiro
  O noivo se despenhou.
  
  E a Serra do Rola-Moça
  Rola-Moça se chamou.
  
  Josy