A Dureza Concreta
                          
                               Teu sangue ralo explica
  Tua fome de comer
  Fome de engolir com os olhos
  Tudo que se pode ver
  Fome de camisa limpa
  De ter fome, fome ter
  Já que a garganta seca
  E o difícil engolir
  Te impõe essa dieta
  Quase que como um dever
  É outra vez a marreta
  Que levanta e vem ao chão
  É a dureza concreta
  Da vida da cosntrução
  É tua tristeza certa
  É tua cama de pau
  É tua existência tonta
  Precisando de oração
  Se o que te corre nas veias
  Já não te sustenta mais
  Te resta o chão, o limite
  De onde nunca passarás
  Senão pra vala comum
  Sem sete palmos contar
  Pra tua pouca magreza
  Dois ou três hão de bastar