Dos Margaritas
                          
                               Fazer um desenho nas costas da mão
  Despir a consciência das dores morais
  Jogar uma vaca do décimo andar
  Viajar sob a lua que varre os sertões
  
  Uma ostra chilena, um beijo em Paris
  Se cortasse o cabelo e mudasse o nariz
  Se Vital escrevesse a constituição
  Se eu nunca quisesse quem nunca me quis
  
  Ser dois e ser dez e ainda ser um
  Se a vingança apagasse a dor que eu senti
  Ser seco, ser reto, isento à moral
  Se eu nunca lembrasse o estrago que eu fiz
  
  Tudo isso me faria feliz
  Absurdos me fariam feliz
  Pero nada me hará tan feliz como dos margaritas