A Novidade
                          
                               A novidade veio dar a praia
  Na qualidade rara de sereia
  Metade o busto de uma deusa maia
  Metade um grande rabo de baleia
  A novidade era o máximo
  Um paradoxo estendido na areia
  Alguns a desejar seus beijos de deusa
  Outros a desejar seu rabo pra ceia
  O mundo tão desigual
  Tudo é tão desigual
  O, o, o, o...
  De um lado esse carnaval
  De outro a fome total
  O, o, o, o...
  E a novidade que seria um sonho
  O milagre risonho da sereia
  Virava um pesadelo tão medonho
  Ali naquela praia, ali na areia
  A novidade era a guerra
  Entre o feliz poeta e o esfomeado
  Estraçalhando uma sereia bonita
  Despedaçando o sonho pra cada lado
  Ô Mundo tão desigual...
  A Novidade era o máximo...
  Ô Mundo tão desigual...