Homenagem a Velha Guarda
Um chorinho me traz
Muitas recordações
Quando o som dos regionais
Invadia os salões
E era sempre um clima de festas
Se fazia serestas
Parando nos portões
Quando havia os balcões
Sob a luz da Lua
E a chama dos lampiões à gás
Clareando os serões
Sempre com gentis casais
Como os anfitriões
E era uma gente tão honesta
Em casinhas modestas
Com seus caramanchões
Reunindo os chorões
Era uma flauta de prata
A chorar serenatas, modinhas, canções
Pandeiro, um cavaquinho e dois violões
Um bandolim bonito e um violão sete cordas
Fazendo desenhos nos bordões
Um clarinete suave
E um trombone no grave a arrastar os corações
Piano era o do tempo do Odeon
De vez em quando um sax-tenor
E a abertura do fole imortal do acordeom
Mas já são pra nós
Meras evocações
Tudo já ficou pra trás
Passou nos carrilhões
Quase ninguém se manifesta
Pouca coisa hoje resta
Lembrando os tempos bons
Dessas reuniões